MENSAGEM DE JOÃO ARMBRUST NETO

clique sobre as fotos para ampliá-las

_______________

Estimado Poeta:

Eis-me aqui a dedilhar bobagens de fim de noite novamente. Sirvo-me da nossa "velha amizade" a tentar fazer algumas considerações sobre o blog que você tão gentilmente vem mantendo.

Gostaria, em nome de todos da XXª, a agradecer essa sua iniciativa e as suas posturas tão amigas em relação a todos nós. A palavra "generoso" que você vem dedicando a tantos e a cada um de nós, na verdade, só tem uma aplicação correta: se fosse dedicada a você mesmo! Sua generosidade já ultrapassou os limites da simples amizade e da recordação. Entrou em um outro campo. E vive em um outro momento. Esforço-me de tentar compreende-la com meus simples instrumentos de memória e amizade. Tudo em vão. Momentos em que estivemos juntos saboreando um "Bauru" no Ponto Chic cravando aqueles circulos que os copos de chopp deixavam nas bolachas de papelão também me surgem na mente. Mas também não me explicam muita coisa. Você vem nos tratando, independente de qualquer realidade , como um dia cada um de nós sonhou ser: profissionais reconhecidos, médicos competentes, pais, mães, sózinhos, mas antes de mais nada solidários com o sonho que havíamos cultivado. E você tem conseguido demonstrar que cada um de nós, percorrendo caminhos diferentes, permanecemos iguais pelos momentos quando nos conhecemos e trocamos coisas que ajudaram-nos a construir esse hoje nosso presente. E não se esqueça: tem um colega que realmente não pode estar ausente em Barra Bonita: você! Deixo um beijo pra Marina! Abraço do amigo e quase poeta...

 

J Armbrust Neto

_______________

Quando recebi a mensagem que acabo de transcrever, enviada pelo colega da XX Turma e meu verdadeiro irmão João Armbrust Neto (que me trata por "poeta" desde tempo imemoriais) — cuja amizade, para a minha alegria, tenho mantido e cultivado ao longo da vida por meio de longas e frequentes conversas, incontáveis encontros e memoráveis viagens —, confesso que fui assaltado por uma dúvida: devo publicá-la ou não?

Admito que tenho procurado evitar, na medida do possível, referências a mim mesmo neste blogue (os seus usuários são testemunhas desse esforço); constrange-me a ideia de usar essa ferramenta de comunicação como instrumento de autoreferência; exatamente por ser o administrador do blogue da XX Turma da Faculdade de Medicina de Sorocaba, devo ficar pessoalmente à sombra, em segundo plano, para que a história dos seus integrantes se ilumine e ocupe a cena principal; sou apenas uma parte dessa saga e a minha presença no blogue deve estar circunscrita à modesta dimensão da minha participação nela; encanta-me a possibilidade de falar do passado da escola e da turma, bem como do presente de nossos colegas, pelos quais nutro, sem exceções, um forte sentimento de afeto; aos que me falam do esforço e do trabalho que a manutenção do blogue deve exigir, respondo sempre que, ao contrário, trata-se de um exercício diário que me propicia enorme prazer.

A mensagem do João revela alguns dos nobres traços da sua personalidade: é gentil, sensível e muito carinhosa em relação a este colega e amigo de tantos anos; fiquei comovido com a sua lembrança e, especialmente, com o gesto generoso que impulsionou a sua redação; não publicá-la seria atender uma diretriz de desapego que estabeleci para mim em relação ao blogue, mas implicaria tolher a manifestação livre e espontânea de um colega da XX Turma; tenho respeitado o propósito de fazer do blogue uma ferramenta permanente de comunicação entre os colegas; cheguei à conclusão de que, nesse contexto, o João tem o direito de ver publicada a sua mensagem, embora eu não seja merecedor de palavras tão lindas.

Pareceu-me correto explicar aos colegas da XX Turma as razões da minha relutância, especialmente porque tenho a certeza de que o blogue só subsiste por conta da colaboração generosa de tantos companheiros; o seu êxito não é mérito meu, mas de todos os que compartilham conosco as suas lembranças e experiências e nos enviam fotos, histórias, mensagens, depoimentos, etc. É mérito, em especial, daqueles que o acompanham e ajudam a manter vivas a lembrança, as tradições e a chama do espírito sempre jovem da XX Turma da Faculdade de Medicina de Sorocaba.

De qualquer modo, obrigado a você, João, velho amigo, pelas palavras tão amáveis.

Um forte abraço,

Antonio Ozório Leme de Barros