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Faço uma breve pausa na publicação das fotos das Festas da Amizade para falar um pouco sobre um colega e amigo muito querido, formado pela XXIII Turma da Faculdade de Medicina de Sorocaba.
Trata-se de Leandro Braga Duarte Simões, que adotou o nome artístico de Leandro Braga. Fomos vizinhos de república e tocamos juntos em várias edições do Show Medicina (depois de formado, ainda cheguei a tocar com ele — possivelmente em 1976 — em uma edição desses shows inesquecíveis); éramos companheiros de reuniões noturnas, em Sorocaba, com colegas que tinham um ponto em comum: o interesse pela música.
Depois de formado, passei a me dedicar de modo mais intenso, paralelamente ao trabalho como clínico, às atividades com música e teatro, que realizava desde os tempos de faculdade (ainda em 1975, participei da gravação do antológico disco "Estudando o samba", de Tom Zé); profissionalizei-me como músico e como artista e técnico em teatro, atuando em shows, gravações, apresentações na TV e, especialmente, com composição, arranjos e produção de trilhas para espetáculos de teatro.
Foi nesse métier que reencontrei Leandro, em São Paulo, SP, já formado em Medicina; ele estava, nessa ocasião, firmemente disposto a dedicar-se apenas à música e vinha estudando com a nata dos pianistas e arranjadores brasileiros (teve aulas com mestres do porte de Nelson Ayres, Amilson Godoy e Luiz Eça, dentre outros); a Medicina, aos poucos, foi se tornando cada vez mais distante, até sumir definitivamente da sua vida; perdi a conta das vezes em que fui encontrá-lo em casas noturnas, nas quais se apresentava geralmente com formação de trio (piano, contrabaixo e bateria).
Por volta de 1982, eu fora convidado para fazer a direção musical de um espetáculo intitulado "Uma certa Carmen", escrito, produzido e dirigido por Ronaldo Ciambroni, um musical baseado na vida de Carmen Miranda; em decorrência da sobrecarga de trabalho (estava, naquele momento, envolvido na produção de outros espetáculos de teatro), não pude assumir essa tarefa; sugeri, porém, o nome do Leandro para esse trabalho.
Nem seria preciso dizer que o resultado foi maravilhoso; a gravação da trilha sonora consumiu cerca de oitenta horas de estúdio (tive o privilégio de participar dela, a convite do Leandro); o musical foi um sucesso e novos trabalhos apareceram para ele.
Depois, Leandro, à medida que foi se projetando no mercado de trabalho, veio a tocar com uma infinidade de nomes consagrados da música popular como Beth Carvalho, Fafá de Belém, Chico Buarque, Tim Maia, Zeca Pagodinho e Ney Matogrosso, apenas para citar alguns.
Leandro firmou-se como o extraordinário tecladista, inspirado arranjador e refinado compositor que é; já participou da gravação de dezenas de discos (alguns solos) e tem tocado no Brasil e no exterior; muito requisitado, vive hoje no Rio de Janeiro, RJ, de onde espraia o seu imenso talento.
Ouçam Leandro:
Um forte e saudoso abraço, querido Leandro!
Antonio Ozório Leme de Barros